E enquanto ela fica ansiosa pela cirurgia, estou eu aqui ainda pensando nas mudanças que vão ocorrer. Com uma mudança radical dessas, não apenas quem passa pela cirurgia precisa mudar, quem divide a vida com um gastroplastizado também vai ter algum impacto na maneira de viver, de alguma forma; sem falar que precisa tomar vergonha na cara e se policiar para não comer feito um trator na frente de quem não pode mais fazer o mesmo.
Nosso principal programa juntos é sair para almoçar, jantar ou lanchar. Além da boa companhia e da conversa, há a comida para nos juntar. Tanto que certa vez, ela disse que em nosso casamento, a música-tema seria aquela "Comer comeeer... comer comeeer...". Por aí já dá para sentir o nível da coisa hehehe =P
Sei que ela precisará de apoio, porque eu sei que ela GOSTA de comer, mas não apenas pelo "comer" em si; gosta de apreciar o sabor de um bom tempero, a textura de uma boa massa... Mesmo que hoje ela pense que o mais importante para ser feliz com ela mesma é conseguir emagrecer e não ter mais que sofrer dos problemas padrão que os gordos sofrem, ainda acredito que em algum momento ela vai sentir falta da comida.
Se você passa 33 anos da sua vida comendo o que quer, quando quer, na quantidade que quer; e de uma hora para outra você fica limitado a um copinho de café, isso vai trazer uma forte mudança na forma de ver a comida na sua vida.
Particularmente, eu não acho que eu aguentaria viver assim. Como todo bom gordo, adoro comer; e entre ficar gordo de barriga cheia e ficar magro sem nada para encher, prefiro a primeira opção.
Eu estarei lá para dar o apoio necessário, e prometo não comer até não conseguir mais levantar da cadeira e andar até o carro, como já aconteceu uma vez... hehehe
Agora a minha dúvida é: Quando for chamá-la para sair depois da cirurgia, o que vamos fazer?